terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O Grande Irmão


Vi na TV por assinatura, um documentário sobre Stálin e seu projeto de construir uma Moscou do século XX. Em meio a planos inviáveis tecnicamente, ele conseguiu realizar algumas de suas idéias.
O luxuoso metrô de Moscou é, talvez, o mais espetacular do mundo: com seus mármores, obras-de-arte e grandes espaços livres. Também construiu-se altos prédios lembrando os primeiros arranha-céus de Nova Yorque.
Todas essas coisas no ambiente aterrador do regime soviético.
Imaginei como o ditador reagiria ao trabalhos de Niemayer (seu grande fã). Stálin, com toda sua loucura, seria suficientemente lúcido para mandar fuzilar o arquiteto brasileiro? Ou seria prático e encomendaria projetos para penitenciárias de segurança máxima?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

E por falar em lixo...


Também não entendo como alguém pode gostar das construções de Oscar Niemeyer. Todas elas cinzas, lisas, sem qualquer adereço que possa embelezá-las. São fruto de uma mente sem nuances, que vê o mundo de maneira homogênea, coerente com sua formação stalinista.
Enquanto na Catalunha temos Gaudí, com suas contruções cheias de curvas, de cores e com descobertas sempre de muitos ângulo de visão, no Brasil nos sobrou um arquiteto com obras sem cores, com uma única curva desenhada para cada prédio e também um único angulo de visão.
Em Niemeyer tudo é desolação e monotonia.

Lixo não reciclável


Não me considero um amante das chamadas artes plásticas, mas não posso deixar de questionar certos trabalhos que são claramente um lixo. Basta ver, na quarta-feira, a última página do Caderno 2 do jornal A Tarde.
A seção chamada de "plasticidades" não é crítica de arte, apenas informa sobre exposíções realizadas no Rio de Janeiro. Serve, provavelmente, para divulgar amigos da autora das matérias (Yolanda Simões), que não passam de trabalhadores braçais sem intelecto.
É uma espaço para a chamada arte de varguarda com seus quadros e "instalações". Se entrarmos numa galeria dessas, pensaremos que o prédio está em reforma, tantos são os escombros espalhados pelo ambiente. Têm valor como sucata.
Um espaço de jornal desperdiçado. Serve, ao menos, para embrulhar o peixe da feira.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Grande Gatsby

Um dos melhores livros que já chegou às minhas mãos foi O Grande Gatsby de Scott Fitzgerald. O romance aborda a realidade da classe alta norte-americana no início dos anos 20 do século passado. A tranquilidade daquele ambiente, com suas frivolidades e encantos, parece fazer parte de uma ilusão coletiva que pode ser quebrada no choque com a realidade. Seus personagens procuram ignorar tudo que não combine com seu mundo. Quem quer penetrar naquele universo deve ignorar seus muitos erros e aceitar suas regras, sob pena de ser atropelado pelo turbilhão de ambições e mesquinhes de seus personagens.
Mas esse roteiro só se torna obra-prima pelo estilo de Fitzgerald, que conduz a narração com o devido distânciamento crítico ao mesmo tempo que se aprofunda na análise daquelas almas solitárias. A melancolia predomina.
Aos olhos de críticos de "esquerda" o romance pode ser visto como uma visão burquesa de uma sociedade decadente, alheia à sorte dos proletariado. Para quem gosta de literatura é uma análise profunda e sensível de um mundo que o autor conheceu e entendeu como poucos.

As Três Máscaras de Eva

Antigos filmes que não se tornaram clássicos podem nos reservar boas surpresas. As Três Máscaras de Eva (1957) é um dessas pequenas jóias. O roteiro (que se diz basear em fatos reais), a narrativa e a boa atuação dos atores (não tão famosos), além da charmosa fotografia em preto e branco, nos oferece um ótimo programa.
Ainda que possam ser questionadas as explicações científicas para os problemas da personagem central, neste filme não há lugar para excesso sentimental ou sensacionalismo. Felizmente o roteiro é valorizado por uma direção equilibrada, que tenta mostrar as razões daquela dona-de-casa alterar o rumo de sua vida, mesmo que de uma maneira doentia.
Ocorreu-me que numa novela (Irmãos Coragem) havia uma personagem vivida por Glória Menezes, ao que me parece, baseada nesta história. Ela realmente passava a ter duas personalidades e mais tarde três. É claro que se tratou de falta de imaginação associada à pieguice comum à nossa teledramaturgia.